sábado, 21 de agosto de 2010

JOÃO VILLARET



Foram recentemente editados em CD (e há também um CD+DVD) os recitais de João Villaret (1913-1961) no Teatro São Luiz, e também outras suas dicções poéticas, em estúdio ou em palco. Além de ser um actor extraordinário, João Villaret foi um diseur ímpar, cujas interpretações poéticas marcaram gerações de portugueses. Deu também a conhecer ao "grande público" alguns dos mais notáveis poemas portugueses e os seus respectivos autores, o que naturalmente estimulou o gosto pela poesia. 

Infelizmente, devido a uma estúpida doença (todas as doenças são estúpidas) morreu cedo. Tive o privilégio de assistir à estreia da última peça que representou, Patate, de Marcel Achard, no "falecido" Teatro Avenida, na Avenida da Liberdade (para quem já não se recorde), em 1959. Um inesquecível momento de teatro, apesar de na altura já se encontrar doente. 

Homem de bom gosto, Villaret tinha o condão de imprimir uma marca muito pessoal em tudo o que fazia. Alguns discordam das suas interpretações poéticas. Claro que existem outras maneiras de dizer poesia. Mas a de Villaret era inconfundível, e é a preferível para mim.

Comprem-se os CD's e DVD e oiçam-se e veja-se. Ainda os não adquiri, mas conservo religiosamente em minha casa as gravações em LP.

Eram outros tempos. Havia gente viva.

1 comentário:

ZÉ DOS ANZÓIS disse...

Villaret foi um dos grandes homens de teatro do século passado. Quando havia gente viva. Agora é tudo gente morta.