quarta-feira, 21 de abril de 2010

O GOVERNO MUNDIAL

Publicou Riccardo Marchi, no princípio deste ano, uma parte da sua tese de doutoramento, Império, Nação, Revolução,  sobre as direitas radicais portuguesas na fase final do Estado Novo.

Porque se trata de um tema recorrente, então como agora, transcrevemos um dos parágrafos, a páginas 160/1:

"Mas é em Outubro de 1967 que Valle de Figueiredo publica, no semanário Agora, um serviço em dois artigos sobre as centrais ocultas do mundialismo. Na base está sempre o complô do sionismo internacional, cujos planos reflectem os famigerados Protocolos dos Sábios de Sião. Nos artigos, coloca-se o acento sobre a nova estratégia do sionismo internacional. Este, empenhado, num primeiro momento, na instrumentalização da Rússia soviética pela instauração de um Governo mundial, teve que mudar radicalmente os seus planos no seguimento da liquidação do agente sionista Trotsky por parte do «nacionalista» Estaline. A necessidade de encontrar uma nova base para a expansão mundialista conduz o sionismo a Nova Iorque, centro do capitalismo norte-americano e sede da ONU (onde Washington e Moscovo convivem de forma amigável), válida trincheira contra a Europa e os valores ocidentais. A estrutura piramidal da internacional judaica estaria controlada no vértice pelos sionistas, adeptos tanto do capitalismo americano como do marxismo soviético, empenhados na construção de um único governo mundial de cariz socialista por eles controlado. Para tal, a pirâmide desenvolveu um complicado enredo de maçonaria e alta finança, uma rede de organismos internacionais e transnacionais (centros de estudo, fundações, gabinetes especiais, etc.) que operam em todos os campos da actividade humana, trazendo água ao moinho do mundialismo. No caso português, os agentes mais perigosos desta rede seriam o Council of Foreign Affaires (sic) (CFA) norte americano, do qual dependem o American Committee on Africa, financiador dos terroristas da UPA no Norte de Angola, o African-American Institute e a Ford Foundation, financiadores do terrorismo em Moçambique. Desde 1954 que o Grupo de Bilderberg, na mesma onda de pensamento do CFA, opera na Europa. Ele é constituído por altos representantes europeus do mundo dos negócios, da maçonaria, da política e das instituições nacionais, unidos pela comum intenção de criar um Super-Estado Europeu (o primeiro degrau é o Mercado Comum Europeu), que dissolva progressivamente as soberanias nacionais rumo à integração no Governo Mundial."

Bem vistas as coisas, e descontando alguns exageros, o texto referido, que tem mais de 40 anos, poderia ter sido escrito hoje. O tempo veio dar razão às «previsões» enunciadas. Afinal, o dito Governo Mundial vai-se constituindo, passo a passo, como todos constatamos. Até quando?

1 comentário:

Anónimo disse...

Será que o autor do blogue foi atingido pelas cinzas vulcânicas que talvez já tenham começado a poisar por aí? Esta conspiração americano-soviética-sionista é de truz,e não há dúvidas que tudo se prepara para a instalação de um governo socialista mundial,que é o que mais se vê. Os "Protocolos" dos Serviços czaristas foram sem dúvida um dos grandes triunfos do regime russo,pois têm vindo a inquinar inúmeros incautos e a basear recorrentes teorias da conspiração,com retoques ajustados ao vento que passa. O que é constante é a base anti-sionista mais ou menos explícita e que era o objectivo essencial dos criadores do mito. O resultado das previsões do Figueiredo é,de facto,brilhante...