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Os restos mortais de Jorge de Sena, trinta anos após a sua morte nos Estados Unidos, vieram finalmente para Portugal e foram ontem trasladados para o cemitério dos Prazeres, em cerimónia oficial.
Figura polémica, de feitio porventura difícil, Jorge de Sena é um dos vultos maiores da cultura portuguesa do século XX. Autor de uma vastíssima obra, foi também um tradutor notável, e deve-se-lhe a primeira tradução para português dos poemas do grego (egípcio) Constantino Cavafy, considerado um dos cinco ou seis poetas máximos do século passado. Bastava-lha a tradução desses poemas, e a introdução que escreveu à poesia de Cavafy, para que o seu nome ficasse indelevelmente inscrito na história da literatura portuguesa. Mas Jorge de Sena fez muito mais, do romance ao teatro, da poesia ao conto e à novela, do ensaio à crítica, da história à tradução. O seu lugar definitivo terá de ser no Panteão Nacional, estão lá outros por menos.
Logo que nos seja possível, abordaremos aqui a obra de Jorge de Sena.
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