Li A Biblioteca de Estaline – Um ditador e os seus livros, de Geoffrey Roberts.
Trata-se de um volume de mais de 300 páginas, dedicado não só à biblioteca de Iosif Vissarionovitch Djugachvili, aliás Stalin, mas igualmente a aspectos biográficos do dirigente soviético e à implantação do comunismo na Rússia.
É sabido que Stalin professava uma paixão pelos livros e que a sua biblioteca possuía mais de 25 000 volumes. Deste acervo, que foi disperso após a sua morte, foram identificados posteriormente alguns milhares. Além de obras sobre política, economia e assuntos militares, e especialmente sobre Lenin, existiam os grandes clássicos da literatura europeia, com destaque para os escritores russos.
Tinha Stalin o hábito de anotar e sublinhar os livros que lia e de requisitar livros de diversas instituições. Foi também o grande editor da União Soviética, ocupando-se da promoção dos livros que considerava essenciais para o conhecimento do povo russo.
O livro de Geoffrey Roberts menciona exaustivamente as fontes, mas peca pela falta de um índice onomástico e pela ausência de uma bibliografia respeitante às citações, limitando-se a mencionar, em apêndice, uma breve nota de alguns livros sobre Stalin considerados importantes.
O presente volume, publicado por uma editora recente, está bem traduzido, fornece uma imagem globalmente simpática da personagem, considerado um verdadeiro intelectual,ainda que não omita os seus aspectos negativos, e dá-nos um panorama, embora sucinto, da vida cultural da União Soviética na primeira metade do século passado.