tag:blogger.com,1999:blog-2298776560388969480.post7144577741841725208..comments2024-01-24T23:33:46.711+00:00Comments on Do Médio-Oriente e afins: NOVAMENTE A QUEIMA DOS LIVROS?Blogue de Júlio de Magalhãeshttp://www.blogger.com/profile/08568515322552353410noreply@blogger.comBlogger3125tag:blogger.com,1999:blog-2298776560388969480.post-8839379725185355892020-02-16T16:54:15.614+00:002020-02-16T16:54:15.614+00:00Gostaria de acompanhar o optimismo do autor do blo...Gostaria de acompanhar o optimismo do autor do blog,tomando o caso do Matzneff como um entre outros do passado,como o caso da Natália Correia,etc. Mas julgo que esta "nova moralidade" não se preocupa com o sexo do padrão oficial,esse,à vontade,mas com outros interesses. Os abaixo-assinados volumosos para a retirada da Thérése do Balthus em Nova Iorque,o debate sobre se se deve continuar a expor o Gauguin,a campanha contra o Polanski,o desaparecimento ou censura de certos livros e filmes dos catálogos, dão uma imagem menos tranquilizante do que a escassa censura a que agora alude o autor. Se estas correntes censórias específicas prosseguirem vitoriosamente o seu caminho, temo o destino de Viscontis e Pasolinis, e porque não do Leonardo, do Miguel Ângelo ou do Caravaggio,cujas biografias merecem certamente a censura implacável dos novos Torquemadas. Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2298776560388969480.post-91560910582383215642020-02-16T15:28:50.333+00:002020-02-16T15:28:50.333+00:00É evidente que a censura de livros tem sido uma co...É evidente que a censura de livros tem sido uma constante através da História. Recordo-me pessoalmente da apreensão da "Antologia da Poesia Portuguesa Erótica e Satírica", organizada por Natália Correia, alguns anos antes de 1974. E da campanha do anterior regime contra as obras de António Botto, Raul Leal e Judith Teixeira.<br /><br />No caso concreto de Matzneff, ele cometeu a imprudência de narrar na primeira pessoa, coisa que já Wilde aconselhara Gide a nunca fazer. Sabemos que Gide não seguiu os conselhos do escritor irlandês, mas não deixou de registar no seu livro "Si le grain ne meurt" a advertência de Wilde: «Principalmente, nunca escreva "Je"». <br /><br />Hoje, a censura incide mais sobre a idade do que sobre o género do sexo [não é uma redundância], mais sobre os vivos do que sobre os mortos. O próprio Sade já entrou na Bibliothèque de la Pléiade, a par de outros não tão notórios. Mas Polanski continua sob "haute surveillance". A "Lolita" de Nabokov continua a suscitar reservas, especialmente por causa do filme, já que o livro não é assim tão lido, tal como os livros em geral. Numa era do audiovisual, a imagem é mais "perigosa". A exposição de fotografias de Mapplethorpe, na Fundação de Serralves, teve uma sala reservada a "adultos".<br /><br />Presumo que Matzneff nunca fora incomodado porque, entre outras razões, os seus livros apenas eram lidos por um círculo restrito de pessoas cujas mentes não eram afectadas pelas suas descrições. O escândalo foi desencadeado pela recente e tonitruante publicação do livro de uma sua ex-amante. A sociedade contemporânea alimenta-se de escândalos sexuais que distraem as atenções dos povos dos seus reais problemas. E aumentam as edições dos "media". Tivemos o caso Clinton, o caso Dominique Strauss-Kahn, etc. Temos agora o caso Benjamin Griveaux.<br /><br />Hoje, como ontem, o sexo continua a polarizar o interesse da Humanidade.Blogue de Júlio de Magalhãeshttps://www.blogger.com/profile/08568515322552353410noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2298776560388969480.post-60256861739786832012020-02-16T01:59:37.442+00:002020-02-16T01:59:37.442+00:00Creio tratar-se de problema muito mais sério do qu...Creio tratar-se de problema muito mais sério do que a hipocrisia de uma élite cultural francesa. A retirada dos livros do Matzneff do catálogo da Gallimard, aliás no seguimento da retirada de outros autores de outros catálogos por razões análogas, é a expressão do avanço duma considerável movimentação social,cultural e tambem política, da imposição de sanções de gravidade crescente contra livros, filmes,quadros,que não se conformem com os ditames duma recente moralidade. No crescendo a que assistimos,não surprenderá que de facto não se quedem pela suspensão da venda de livros,mas efectivamente,não vão circular secretamente, destrui-los,pela aparelhagem apropriada,mas sera mais simbólico pelo fogo. E proponho ao autor do blog que para colaborar na onda justiceira inicie um catálogo de obras a afastar do público,e mais tarde a eliminar. O Sade é evidentemente o primeiro. Nos modernos,como é possivel vender-se o André Gide, o Montherland,o Peyrefitte,o Michel Tournier ? Todos devem ser expurgados das livrarias sem detença. E o Thomas Mann,quando se sabe da idade real do modelo verdadeiro do Tadzio? Fogueira já.Anonymousnoreply@blogger.com