sábado, 17 de novembro de 2018

JOSÉ ALBERTO LOUREIRO DOS SANTOS




Morreu hoje em Lisboa, aos 82 anos, vítima de doença, o general José Alberto Loureiro dos Santos, figura notável de cidadão, de militar e de académico, que prestigiou, durante décadas, a vida nacional.

O general Loureiro dos Santos, natural de Vilela do Douro (Sabrosa), frequentou a Escola do Exército, o curso de Estado-Maior e o Instituto de Altos Estudos Militares. 


Desempenhou diversas missões de serviço em vários organismos e foi Vice-Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (e por inerência membro do Conselho da Revolução), Ministro da Defesa Nacional (nos IV e V Governos Constitucionais) e Chefe do Estado-Maior do Exército.


Na sua carreira académica, foi professor em diversas instituições, salientando-se: Instituto de Altos Estudos Militares, Instituto de Altos Estudos da Força Aérea, Instituto da Defesa Nacional e Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas. Foi membro do Conselho de Investigação de Segurança e Defesa do Instituto de Estudos Superiores Militares e do Conselho Geral da Universidade de Lisboa. 

Foi sócio efectivo da Academia das Ciências de Lisboa e da Sociedade de Geografia de Lisboa, membro fundador do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, sócio vitalício e emérito do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo, tendo ainda pertencido a muitos outros organismos civis e militares.


O general Loureiro dos Santos possuía numerosas condecorações nacionais e estrangeiras, entre as quais a Comenda da Ordem Militar de Aviz e a Grã-Cruz da Ordem do Infante Dom Henrique, da Ordem Militar de Cristo e da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada.

Especialista em assuntos de estratégia e conferencista em diversas instituições, publicou numerosos livros sobre história militar, segurança e defesa e política internacional.


Com a morte do general Loureiro dos Santos abre-se em Portugal um vazio difícil de preencher.


2 comentários:

Anónimo disse...

E teve um papel relevante na integração das forças armadas (num período onde ainda reinava algum messianismo militar) numa sociedade democrática e civilista. Esse tempo não é tão distante como parece,graças à tipica falta de memória nacional. Como o autor do blog não mencionou este aspecto,fundamental na avaliação do percurso do General,aqui fica esta breve nota.

Blogue de Júlio de Magalhães disse...

PARA O ANÓNIMO DAS 2:15

Tem toda a razão. Não foquei esse aspecto, não porque o desconhecesse, mas foi realmente uma opção. Para mim há uma grandeza na servidão militar que não existe na sociedade civil. Assim, o que me aprazia enaltecer era a condição militar do general e não tanto o seu papel na "civilização" do regime que nos arrastou à situação em que nos encontramos. Se existissem mais militares à frente dos países a Europa não estaria no estado que todos conhecemos. Gostei de ouvir ontem a entrevista do general Pierre de Villiers, ex-chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas francesas, que se demitiu o ano passado, em colisão com Emmanuel Macron, e que agora se prepara para ascender à chefia do Estado.