quarta-feira, 3 de julho de 2013

GOLPE DE ESTADO NO EGIPTO




As Forças Armadas Egípcias depuseram hoje o presidente da República Mohamed Morsi, suspenderam a Constituição e anunciaram a realização de eleições presidenciais e legislativas, segundo um comunicado à Nação, efectuado pelo chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, general Abdel Fattah Al-Sisi.

Os militares justificam a sua intervenção pela necessidade de garantir o regular funcionamento das instituições, atendendo à contestação de milhões de egípcios à islamização do país, protagonizada por Morsi e pela Irmandade Muçulmana.

Até à eleição do novo presidente a chefia do Estado será assegurada pelo presidente do Tribunal Constitucional, Adly Al-Mansur, devendo ser constituído um Governo de transição formado por tecnocratas que assegurará a gestão do país.



 General Abdel Fattah Al-Sisi

Neste momento, multidões eufóricas, não só no Cairo, na praça At-Tahrir, mas em Alexandria, Suez, Port-Saïd, Assiut, Luxor, etc. celebram o derrube do governo e a suspensão de uma Constituição não representativa da pluralidade de opiniões de uma população de cerca de 90 milhões de habitantes.

Entretanto, além da alocução do general Al-Sisi, falaram também pela televisão, apelando à concórdia nacional, o representante das forças de oposição laicas, o prémio Nobel Mohammed El-Baradei, o grande imam de Al-Azhar, sheikh Ahmed Al-Tayeb e o patriraca copta de Alexandria,Tawadros II.

Como referimos aqui, em 12 de Agosto do ano passado, a demissão do presidente da Junta Militar e Comandante Supremo das Forças Armadas, marechal Mohamed Hussein Tantawi e dos principais chefes militares, que provinham da época Mubarak mas tinham assegurado a transição, constituiu um erro colossal por parte do ex-presidente Morsi. Era inevitável uma intervenção dos militares. Levou mais tempo do que eu julguei, mas acabou por acontecer.

2 comentários:

Anónimo disse...

De facto, a esperança nunca deve morrer. E foi o nosso caso, pois sempre ansiámos por uma intervenção militar, que apenas peca por tardia. Esperamos, que pelo princípio dos vasos comunicantes, o mesmo acabe rapidamente por suceder nos países limítrofes e já agora, porque não, também na Turquia.
Marquis

G Klimt disse...


Concordo em pleno com o comentário do Marquis mas..., pelo andar da carruagem, qualquer dia estamos a desejar o mesmo para "este maravilhoso país que tão generosamente nos acolhe no seu seio..." tal é a bagunça reinante.
Seria curiosíssimo um golpe militar aqui e agora nesta nossa terrinha. Eu ia fartar-me de rir (ou chorar...) já nem sei !