sábado, 30 de janeiro de 2010

O FIM DE UM PROCESSO


Com a absolvição de Dominique de Villepin chega ao fim um dos processos mais mediáticos dos últimos anos em França, o caso "Clearstream". O actual presidente da República, Nicolas Sarkozy afirmou que desejaria ver o anterior primeiro-ministro pendurado no gancho de carne de um  talhante. Afinal, os tribunais absolveram Villepin. Julga-se que Sarkozy, o acusador, não recorrerá da sentença, embora se ignore a posição dos procuradores do Parquet neste controverso processo, muito mais político do que jurídico.

Dominique de Villepin, diplomata, ex-secretário-geral do Eliseu, mais tarde ministro dos Negócios Estrangeiros, depois do Interior e finalmente primeiro-ministro é uma das mais interessantes figuras políticas francesas, escritor com obra publicada e  notável orador. O seu discurso no Conselho de Segurança das Nações Unidas quando a infernal coligação anglo-americana contra o Iraque, liderada pelos criminosos Bush e Blair,  pretendia o beneplácito da ONU para consumar "legalmente" a invasão daquele país, valeu-lhe um aplauso estrondoso, o primeiro na história de uma sessão do Conselho de Segurança, e o apoio não só de todo o mundo árabe como, afinal, do mundo inteiro.

Começando a ser evidente que Sarkozy sofre da doença bipolar, é muito possível que Villepin, um fiel partidário de Chirac, seja candidato à Presidência da República nas próximas eleições em 2012, e até que as ganhe, caso o candidato socialista volte a ser aquela galinha cacarejante que dá pelo nome de Ségòlene Royal.

2 comentários:

Anónimo disse...

Esperemos que Villepin, que é um cavalheiro, ganhe as eleições que aí vêm, contribuindo assim para a independência da França e da sua grandeza, como referia o general de Gaulle.

Anónimo disse...

Não é o ar distinto e ter dado o nome como autor de livros(prática muito usual em França) que faz do Villepin necessàriamente um bom político. Nem os aplausos árabes,diga-se de passagem. Mas pode ser,até pelo estado deplorável do P.S. local. E de facto o caso não está encerrado,pois o Parquet,com a mecânica persistência que por cá tambem conhecemos,é bem capaz de recorrer...